sábado, 25 de agosto de 2007



História do Piauí
No ano de 1606, portanto no início do Século XVII, foram promovidas as primeiras incursões ao território piauiense, quando o Piauí funcionava como "ponte" entre as Capitanias de Pernambuco e Maranhão. Novas notícias surgem a esse respeito em 1656, quando um grupo de pessoas fez o trajeto inverso, ou seja, do Maranhão para Pernambuco, sob a chefia de André Vidal de Negreiros.
Existe muita controvérsia sobre datas e nomes de pessoas que iniciaram o desbravamento das terras piauienses, mas é certo que a Casa da Torre, instalada no oeste baiano, comandada por Garcia de Ávila, iniciou a ocupação das terras do sudeste, abrindo campos para os rebanhos bovinos, que se multiplicaram rapidamente e, em paralelo, combatia os indígenas.
Em termos administrativos, o Piauí esteve sob a bandeira de Pernambuco até 1701, quando em 3 de março daquele ano uma Carta Régia enviada ao Governador de Pernambuco anexava o Piauí ao Maranhão. A autonomia veio em 1761, por meio de uma Carta Régia, datada de 19 de junho. Por aquele instrumento, a Vila do Mocha ascendia à condição de cidade e oito povoados foram alçados a condição de Vila. Em 13 de novembro do mesmo ano, o Governador João Pereira Caldas impunha o nome de São José do Piauí a Capitania e mudava o nome da capital de Vila do Mocha para Oeiras.
A completa independência em relação ao Maranhão somente aconteceu em 26 de setembro de 1814, quando, por força de um Decreto Real, o Governo Militar do Piauí foi separado do Governo Militar do Maranhão e, em 10 de outubro, nova Carta Régia isentava o Piauí da jurisdição maranhense.
O Piauí aderiu a declaração de independência política de D. Pedro I, feita em 7 de setembro de 1822, e foi palco de memorável batalha contra o jugo português, em 1823, a Batalha do Jenipapo, em oposição às tropas de Fidié, que defendia a manutenção da Coroa Portuguesa.
O primeiro governador do Piauí foi João Pereira Caldas, português de Valença, nascido em agosto de 1720. Foi nomeado em julho de 1758, prestando juramento em janeiro de 1759, em Belém, no Pará. Deslocou-se algum tempo mais tarde para o Piauí e tomou posse na Mocha, em setembro do mesmo ano. Governou durante os seis anos seguintes.
Manuel de Sousa Martins, piauiense, agraciado com o titulo de Visconde da Parnaíba, transformou-se num dos mais destacados personagens da história da Província, mercê das suas habilidades políticas. Teve papel preponderante no cenário da independência na Província, em 1823, ano em que também foi nomeado Governador, permanecendo no cargo até 1843.
Em 1850 assumia o governo outra ilustre figura da história piauiense: José Antônio Saraiva, nascido na Bahia, em 1823, e que teve movimentada vida política no cenário nacional: deputado, senador, ministro e presidente de várias províncias, inclusive São Paulo, além de participar de negociações relativas a pendências com países do sul do continente, em particular o Uruguai. Foi nomeado presidente do Piauí em 1850, governando até 1853. Na sua gestão, ele fundou a Vila Nova do Poti, para onde mudou a sede do governo em 1852, após o que deu à localidade nova denominação, passando a chamar-se Teresina, em homenagem a Teresa Cristina, do Paço Imperial.
Os governos monarquistas foram encerrados com Lourenço Valente de Figueiredo, presidente no momento em que a república foi proclamada. Valente foi imediatamente substituído por uma Junta Governativa Provisória. Em 1892, assumiu o governo Coriolano de Carvalho, originário da Escola Militar do Rio de Janeiro, com a finalidade de consolidar o novo regime no Piauí.
No início dos anos 1900, começou-se a pensar em melhoramentos para a capital, com o abastecimento d'água domiciliar com canalização direta, embora a água não fosse submetida a tratamento. O Piauí era um Estado completamente desconhecido. Arlindo Nogueira (1900/1904), Álvaro Mendes (1904/ 1907), Anísio de Abreu (1907/ 1909), que faleceu no exercício do cargo, seguido por Arlindo Nogueira, que concluiu o mandato, preocuparam-se em divulgar as riquezas (ainda não mensuradas) do Estado, particularmente de minerais.
Em 1909, assumiu Vitorino Freire, que procurou fomentar a agricultura e investiu no ensino e na cultura, criando a Escola Normal, a Escola Modelo e o Arquivo Público. Iniciou a implantação da energia elétrica na capital, aposentando as luminárias a óleo; aumentou a rede telegráfica, reorganizou a Polícia Militar e propiciou condições para ampliação da navegação no rio Parnaíba.
No inicio da década de 1920, chegou ao governo João Luis Ferreira, um dos mais lúcidos governadores que o Piauí já teve. Ciente das potencialidades do Estado, mas conhecedor da pouca disponibilidade de dinheiro, decidiu fazer aquilo que fosse possível sem onerar as gerações futuras. Concluiu muitas obras iniciadas no passado e deu exemplo de humanidade e humildade.
A Revolução de 30 fez alçar ao Governo o cearense Landri Sales, militar que assumiu na condição de Interventor. A história registra que, não obstante a insatisfação de políticos locais, Landri Sales fez uma das mais honestas e profícuas administrações e deu exemplo de "bom administrador da coisa pública". Incentivou desenvolvimento do setor agropecuário; fundou o Núcleo Agrícola de David Caldas, na forma de Colônia; distribuiu sementes selecionadas; melhorou geneticamente os rebanhos bovinos; construiu conjuntos habitacionais e melhorou o desenvolvimento da industrial.
Em época mais recente, destacou-se o governador Petrônio Portella (1963/66), de Senador, presidente do Senado e do Congresso Nacional. Teve enorme influência junto aos governos militares. Faleceu em 1980.
Alberto Silva (1971/75) iniciou o processo das grandes transformações, realizando grandes obras de asfaltamento de rodovias, melhoramentos na capital e no interior; e ampliação do sistema de abastecimento d'água em Teresina.
Esses trabalhos tiveram prosseguimento com os governadores seguintes (em escalas diferentes), com construção de barragens e de hospitais, ampliação dos sistemas de Abastecimento d'água nas cidades interioranas, e muitas outras obras de infra-estrutura.
A história contemporânea caracteriza-se pelas enormes dificuldades que os governadores encontram para obter equilíbrio nas contas e na vida administrativa estadual, pois ao longo dos anos multiplicaram-se os problemas sociais, não obstante os avanços conseguidos noutros setores da vida do Estado.
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