sábado, 25 de agosto de 2007


Aspectos Geográficos do Sertão Nordestino


Uma das características importantes do relevo nordestino é a existência de dois antigos e extensos planaltos, o Borborema e o Bacia do rio Parnaíba e de algumas áreas altas e planas que formam as chamadas chapadas, como a Diamantina e a Araripe. Entre essas regiões ficam algumas depressões, nas Segundo o professor Jurandyr Ross, que com sua equipe compilou informações do Radam (Radar da Amazônia) e mostrou uma divisão do relevo brasileiro mais rica e subdivida em 28 unidades, no Nordeste ficam localizados os já citados Planalto da Borborema e Planaltos e Chapadas da Bacia do rio Parnaíba, a Depressão Sertaneja e do São Francisco e parte dos Planaltos e Serras do Atlântico-Leste-Sudeste, além das Planícies e Tabuleiros Litorâneos.quais está localizado o sertão, que é uma região de clima semi-árido.




Aspectos Sócio – Econômicos do Piauí
01. RECURSOS NATURAIS:

O Piauiense aproveita os produtos oferecidos pela natureza praticando o extrativismo, de grande proveito econômico para o estado e o país.
O extrativismo piauiense é de origem vegetal, mineral e animal, ocorrendo onde dominam as matas de carnaúba, babaçu, tucum, oiticica, castanha – de - caju, madeira de lei e plantas medicinais.
A carnaúba é o principal produto extrativo do Piauí. Dela extrai-se o pó que dá a cera (de grande valor comercial), a madeira e a palha que servem para a construção de casas rústicas e confecção de certos utensílios domésticos. Os vastos carnaubais se acham localizados, principalmente, nos vales dos rios Longá, Poti e Canindé.
O babaçu se acha localizado ao longo do Parnaíba, desde Luzilândia até próximo de suas nascentes, o babaçu pelo grande número de produtos derivados que oferece, apresenta grande perspectivas de exploração e de industrialização. Entre os seus derivados destacam-se o óleo, utilizado na alimentação humana. As tortas, isto é, os resíduos das amêndoas de coco, servem para balancear as rações do gado. As cascas servem como adubo e ainda fornecem os seguintes subprodutos: tinta para ferro, breu, piche, derivados de alcatrão, carvão e outros. Do babaçu, assim como da carnaúba, também se extrai a celulose.
O tucum é encontrado principalmente na região dos cerrados. De suas amêndoas extrai-se o óleo alimentício e de suas folhas retira-se uma fibra utilizada em produtos artesanais.
A oiticica é uma planta característica das caatingas. Está localizada nas margens dos rios e riachos e é considerada como o vegetal de maior parte na caatinga. A oiticica fornece óleo secativo empregado largamente na indústria de vernizes, tintas e ainda, na fábrica de sabão.
A castanha – de – caju é o produto extrativo que, no Piauí, mais tem crescido em quantidade e valor da produção.
Além dos vegetais citados, as madeiras de lei também são encontradas em nosso estado, sendo as mais importantes: aroeira, cedro, angico, erva – cidreira e outras.
Dentre as plantas medicinais encontradas em grande quantidade no Piauí destacam-se: jaborandi, hortelã,velame, mastruço, jatobá, angico, erva - cidreira e outras. 02. Extrativismo mineral:

Pesquisas têm demonstrado que possuímos no nosso estado grandes reservas de minério, algumas já em exploração: mármore, no município de Pio IX, opala em Pedro II, diamante , em Gilbués e Monte Alegre do Piauí, argila, em Oeiras, calcário, em regeneração, Amarante e Francisco Aires, manganês, em Domingos Mourão, Parnaguá e Cristalândia do Piauí, níquel em São João do Piauí, talco, em São Raimundo Nonato.
O Piauí possui também os seguintes minérios: urânio, carvão mineral, cobre, sal-gema, amianto e outros.
03. Extrativismo animal:

O Extrativismo animal é feito através da pesca e da caça.
A pesca é realizada na água do mar, onde são encontrados vários tipos de peixe e crustáceos, e nas águas dos rios, açude e lagoas. Pesca no Piauí, quase sempre tem caráter de subsistência, sendo uma pesca do tipo artesanal.
A caça é feita nas matas, onde a fauna é representada por animais de várias espécies.
A fauna do Estado do Piauí, em virtude dos desmatamentos, das grandes queimadas e das caçadas desenfreadas, vem a cada ano desaparecendo. A caça é praticada tanto como meio de sobrevivência como por caçadores profissionais, voltados para comercialização.
04. Agricultura:

A agricultura constitui a atividade econômica mais importante do Piauí.
Nossa agricultura é chamada pequena lavoura, porque o preparo da terra, de um modo geral, anda é praticado por enxadas, facões e foices. No entanto, em muitos lugares já se utilizam arados e tratores.
Apesar dessas dificuldades, das secas e das pragas que a prejudicam, ela sustenta a população de todo o estado, principalmente no setor de cereais: arroz, feijão, milho, mandioca, algodão e cana – de – açúcar, que concorre com quase três quartos da renda obtida através da produção agrícolas.
Neste setor, estudos foram realizados no sentido de introduzir ou ampliar a cultura de produtos de alto valor comercial que se adaptam bem ao nosso meio físico; mamona, caju, soja, alho, algodão, cana de mandioca.
O município de Picos é o maior centro agrícola do Estado, sendo considerado o “celeiro” do Piauí.
A forma de exploração da terra com queimadas, a cada ano agrícola, vem destruindo a cobertura vegetal nativa e diminuindo o habitual natural da flora silvestre.
Em todo o estado pratica-se atividades agrícolas. As principais culturas exploradas são: o arroz, o algodão, o milho, o feijão, a mandioca, a cana – de – açúcar e hortigranjeiros diversos, embora a maior parte dos hortigranjeiros consumidos na capital seja importada de outros estados, principalmente do Ceará e Bahia.
05. Pecuária:

Pecuária é o tratamento e a criação de gado. Cavalos, porcos, bois, carneiros. São animais considerados como gado.
A pecuária já foi a principal atividade econômica do Piauí. Hoje em dia ainda é bastante ativa. Daí o Piauí ainda ser considerado um estado pecuarista.
Principais rebanhos: caprinos, bovinos, suínos, ovinos. Além desses rebanhos, destacam-se os eqüinos, muares e asininos.
A pecuária é mais desenvolvida no interior do estado.
Os rebanhos apresentam tendência a se desenvolver, apesar da falta de assistência e aparelhamento técnico para industrialização do gado, meios de transporte, financiamentos e racionalidade na criação.
Por várias razões, os rebanhos são criados em regime extensivo, soltos em campos, de modo a livrar os criadores das preocupações de alimentação dos animais.
Os bovinos são geralmente de pequeno porte, predominando o gado conhecido como “pé – duro” e são criados para o corte.
Os caprinos são os animais que mais se adaptam à região.
Os pecuaristas procuram melhorar seus rebanhos, importando animais de raça pura.
A industrialização da carne bovina, suína e caprina é feita no Frigorífico do Piauí S/A – FRIPISA, que desempenha importante papel na economia piauiense.
A bovinocultura vem sendo objeto de atenção especial por parte da Secretaria de Agricultura e demais órgãos a ela ligados.
06. Avicultura:
O Piauí é grande produtor de aves e ovos da região Nordeste. Isto pode concorrer para o desenvolvimento dos produtos avícolas.
07. Apicultura:
A apicultura do Piauí é também das mais representativas atividades do Nordeste, sendo muito grande a produção de mel e de cera.
Picos ganhou o título da Capital Nacional do Mel de Abelha, em virtude de sua grande produção no gênero.
08. Pesca:
No nosso estado a pesca é uma atividade tradicional, sendo praticada o ano inteiro em alguns lugares. A pesca é feita em maior escala nos rios Parnaíba e Poti, nas lagoas, açudes e oceano.
.



História do Piauí
No ano de 1606, portanto no início do Século XVII, foram promovidas as primeiras incursões ao território piauiense, quando o Piauí funcionava como "ponte" entre as Capitanias de Pernambuco e Maranhão. Novas notícias surgem a esse respeito em 1656, quando um grupo de pessoas fez o trajeto inverso, ou seja, do Maranhão para Pernambuco, sob a chefia de André Vidal de Negreiros.
Existe muita controvérsia sobre datas e nomes de pessoas que iniciaram o desbravamento das terras piauienses, mas é certo que a Casa da Torre, instalada no oeste baiano, comandada por Garcia de Ávila, iniciou a ocupação das terras do sudeste, abrindo campos para os rebanhos bovinos, que se multiplicaram rapidamente e, em paralelo, combatia os indígenas.
Em termos administrativos, o Piauí esteve sob a bandeira de Pernambuco até 1701, quando em 3 de março daquele ano uma Carta Régia enviada ao Governador de Pernambuco anexava o Piauí ao Maranhão. A autonomia veio em 1761, por meio de uma Carta Régia, datada de 19 de junho. Por aquele instrumento, a Vila do Mocha ascendia à condição de cidade e oito povoados foram alçados a condição de Vila. Em 13 de novembro do mesmo ano, o Governador João Pereira Caldas impunha o nome de São José do Piauí a Capitania e mudava o nome da capital de Vila do Mocha para Oeiras.
A completa independência em relação ao Maranhão somente aconteceu em 26 de setembro de 1814, quando, por força de um Decreto Real, o Governo Militar do Piauí foi separado do Governo Militar do Maranhão e, em 10 de outubro, nova Carta Régia isentava o Piauí da jurisdição maranhense.
O Piauí aderiu a declaração de independência política de D. Pedro I, feita em 7 de setembro de 1822, e foi palco de memorável batalha contra o jugo português, em 1823, a Batalha do Jenipapo, em oposição às tropas de Fidié, que defendia a manutenção da Coroa Portuguesa.
O primeiro governador do Piauí foi João Pereira Caldas, português de Valença, nascido em agosto de 1720. Foi nomeado em julho de 1758, prestando juramento em janeiro de 1759, em Belém, no Pará. Deslocou-se algum tempo mais tarde para o Piauí e tomou posse na Mocha, em setembro do mesmo ano. Governou durante os seis anos seguintes.
Manuel de Sousa Martins, piauiense, agraciado com o titulo de Visconde da Parnaíba, transformou-se num dos mais destacados personagens da história da Província, mercê das suas habilidades políticas. Teve papel preponderante no cenário da independência na Província, em 1823, ano em que também foi nomeado Governador, permanecendo no cargo até 1843.
Em 1850 assumia o governo outra ilustre figura da história piauiense: José Antônio Saraiva, nascido na Bahia, em 1823, e que teve movimentada vida política no cenário nacional: deputado, senador, ministro e presidente de várias províncias, inclusive São Paulo, além de participar de negociações relativas a pendências com países do sul do continente, em particular o Uruguai. Foi nomeado presidente do Piauí em 1850, governando até 1853. Na sua gestão, ele fundou a Vila Nova do Poti, para onde mudou a sede do governo em 1852, após o que deu à localidade nova denominação, passando a chamar-se Teresina, em homenagem a Teresa Cristina, do Paço Imperial.
Os governos monarquistas foram encerrados com Lourenço Valente de Figueiredo, presidente no momento em que a república foi proclamada. Valente foi imediatamente substituído por uma Junta Governativa Provisória. Em 1892, assumiu o governo Coriolano de Carvalho, originário da Escola Militar do Rio de Janeiro, com a finalidade de consolidar o novo regime no Piauí.
No início dos anos 1900, começou-se a pensar em melhoramentos para a capital, com o abastecimento d'água domiciliar com canalização direta, embora a água não fosse submetida a tratamento. O Piauí era um Estado completamente desconhecido. Arlindo Nogueira (1900/1904), Álvaro Mendes (1904/ 1907), Anísio de Abreu (1907/ 1909), que faleceu no exercício do cargo, seguido por Arlindo Nogueira, que concluiu o mandato, preocuparam-se em divulgar as riquezas (ainda não mensuradas) do Estado, particularmente de minerais.
Em 1909, assumiu Vitorino Freire, que procurou fomentar a agricultura e investiu no ensino e na cultura, criando a Escola Normal, a Escola Modelo e o Arquivo Público. Iniciou a implantação da energia elétrica na capital, aposentando as luminárias a óleo; aumentou a rede telegráfica, reorganizou a Polícia Militar e propiciou condições para ampliação da navegação no rio Parnaíba.
No inicio da década de 1920, chegou ao governo João Luis Ferreira, um dos mais lúcidos governadores que o Piauí já teve. Ciente das potencialidades do Estado, mas conhecedor da pouca disponibilidade de dinheiro, decidiu fazer aquilo que fosse possível sem onerar as gerações futuras. Concluiu muitas obras iniciadas no passado e deu exemplo de humanidade e humildade.
A Revolução de 30 fez alçar ao Governo o cearense Landri Sales, militar que assumiu na condição de Interventor. A história registra que, não obstante a insatisfação de políticos locais, Landri Sales fez uma das mais honestas e profícuas administrações e deu exemplo de "bom administrador da coisa pública". Incentivou desenvolvimento do setor agropecuário; fundou o Núcleo Agrícola de David Caldas, na forma de Colônia; distribuiu sementes selecionadas; melhorou geneticamente os rebanhos bovinos; construiu conjuntos habitacionais e melhorou o desenvolvimento da industrial.
Em época mais recente, destacou-se o governador Petrônio Portella (1963/66), de Senador, presidente do Senado e do Congresso Nacional. Teve enorme influência junto aos governos militares. Faleceu em 1980.
Alberto Silva (1971/75) iniciou o processo das grandes transformações, realizando grandes obras de asfaltamento de rodovias, melhoramentos na capital e no interior; e ampliação do sistema de abastecimento d'água em Teresina.
Esses trabalhos tiveram prosseguimento com os governadores seguintes (em escalas diferentes), com construção de barragens e de hospitais, ampliação dos sistemas de Abastecimento d'água nas cidades interioranas, e muitas outras obras de infra-estrutura.
A história contemporânea caracteriza-se pelas enormes dificuldades que os governadores encontram para obter equilíbrio nas contas e na vida administrativa estadual, pois ao longo dos anos multiplicaram-se os problemas sociais, não obstante os avanços conseguidos noutros setores da vida do Estado.
Home > Conheça o Piauí > História do Piauí